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As Obras da Lei: Entendendo seu Significado e Cumprimento em Cristo

  • Foto do escritor: Felipe Morais
    Felipe Morais
  • 1 de ago.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 3 de ago.


As "obras da Lei" são um tema central no estudo das Escrituras, especialmente quando se busca compreender a transição entre a Antiga e a Nova Aliança. No Antigo Testamento, essas obras eram práticas essenciais para a relação de Israel com Deus, mas com a vinda de Cristo, sua função foi transformada. Este artigo explora o que são as "obras da Lei", seu papel como "obras de justiça" no passado, sua natureza tipológica e a advertência bíblica contra sua prática na Nova Aliança. Com base em Romanos 3:20-28, Romanos 9:30-32, Gálatas 2:16, Gálatas 3:1-11 e Tito 3:4-8, vamos esclarecer esse conceito de forma clara, bíblica e acessível. Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida e Fiel).


O que são as "Obras da Lei"?

As "obras da Lei" referem-se às leis cerimoniais do Antigo Testamento, que regulamentavam o culto e a vida espiritual do povo de Israel. Essas leis incluíam sacrifícios (Levítico 1–7), festas religiosas como a Páscoa e o Dia da Expiação, entre outras (Levítico 23), leis de pureza (Levítico 11–15) e regulamentos sobre o sacerdócio e o tabernáculo (Êxodo 25–31). No contexto da Antiga Aliança, essas práticas eram "obras de justiça", como mencionado em Tito 3:5: “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou”. Elas eram ordenadas por Deus para ensinar a santidade divina, prover instrução acerca da expiação e preparar Israel para a vinda do Messias.

Essas leis eram sombras ou tipos que apontavam para a obra redentora de Cristo. Como está escrito em Hebreus 10:1-4, a Lei era “uma sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas”. Assim, práticas como o sacrifício de cordeiros na Páscoa prefiguravam o sacrifício perfeito de Jesus, o “Cordeiro de Deus” (João 1:29).


O Tabernáculo e o Sumo Sacerdote

O Cumprimento das Obras da Lei em Cristo

Com a vinda de Jesus Cristo, as "obras da Lei" foram cumpridas e abolidas, pois Ele é a realidade que elas simbolizavam. O sacrifício de Cristo na cruz foi suficiente para expiar os pecados de uma vez por todas, tornando desnecessárias as práticas cerimoniais. Romanos 3:20-28 esclarece essa transição:

“Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, [...] pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença” (Romanos 3:20-22, ACF).

Essa passagem destaca que as "obras da Lei" não justificam o homem diante de Deus. Pelo contrário, a justificação vem pela fé em Cristo Jesus, que nos redime gratuitamente pela graça (Romanos 3:24). O sacrifício de Cristo é a propiciação perfeita, como diz Romanos 3:25: “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue”. Assim, as leis cerimoniais, que eram temporárias, perderam sua função com a chegada do Salvador.


Justificação pela Fé na Nova Aliança

Na Nova Aliança, a salvação não depende de cumprir as "obras da Lei", mas da fé em Cristo. Gálatas 2:16 reforça essa verdade: “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Cristo Jesus, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada”.

Aqui, Paulo enfatiza que a justificação vem exclusivamente pela fé, não por práticas cerimoniais da Antiga Aliança.

Romanos 9:30-32 complementa essa ideia, contrastando a experiência de gentios e judeus: “Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei”. Israel tropeçou ao confiar nas obras cerimoniais em vez de abraçar a fé em Cristo, a “pedra de tropeço” (Romanos 9:32).

Tito 3:4-8 resume a essência da Nova Aliança: “Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, [...] não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo” (Tito 3:4-5). A salvação é um dom da graça, recebido pela fé, não por obras cerimoniais, que apenas representavam as coisas que haveriam de vir (Cl 2:17).


Advertência Contra a Prática das Obras da Lei Hoje

Um ponto crucial, destacado em Gálatas 3:1-11, é a advertência contra a prática das "obras da Lei" na era da Nova Aliança. Paulo repreende os gálatas: “Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado, entre vós?” (Gálatas 3:1). Ele questiona: “Recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” (Gálatas 3:2). A resposta é clara: a fé, não as obras, é o caminho da salvação.

Mais grave ainda, Gálatas 3:10 adverte: “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”. Tentar justificar-se pelas obras da Lei hoje é desligar-se de Cristo, rejeitando a suficiência de Seu sacrifício. Isso equivale a desprezar a realidade (Cristo) e retornar às sombras que Ele cumpriu, colocando-se sob a maldição da Lei. Gálatas 3:11 conclui: “E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé”.


O Valor Teológico das Obras da Lei

Embora as "obras da Lei" não sejam mais obrigatórias, elas têm um valor teológico significativo, pois atuaram como "um guia ilustrado" da verdadeira justificação e redenção que há em Cristo Jesus "de maneira que a lei nos serviu de tutor, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados" (Gálatas 3:24). Dessa forma, as "obras da Lei" revelam a santidade de Deus, a gravidade do pecado e a necessidade de um Salvador! Cada sacrifício, festa ou ritual apontava para Cristo (Hebreus 10:1-4), ajudando-nos a compreender a profundidade de Sua obra redentora. Como Tito 3:8 exorta, os crentes devem agora “aplicar-se às boas obras”, não as cerimoniais, mas as que fluem da fé genuína, como atos de amor e serviço (Gálatas 5:6).


"Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo" (Colossenses 2:16,17).


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Conclusão

As "obras da Lei" foram essenciais no Antigo Testamento como "obras de justiça", guiando Israel no culto e apontando para a realidade que é Cristo: "Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo" (João 1:17). Contudo, com a vinda do Messias, elas foram cumpridas e abolidas, sendo substituídas pela justificação pela fé em Jesus. Romanos 3:20-28, Gálatas 2:16 e Tito 3:4-8 mostram que a salvação é pela graça mediante a fé (Efésios 2:8-10), não por obras cerimoniais (note o contexto imediato das obras citadas aqui relacionadas à "circuncisão" em Efésios 2:11-12). A advertência de Gálatas 3:1-11 é clara: insistir nas "obras da Lei" hoje é rejeitar Cristo e cair sob a maldição. Que possamos confiar plenamente no sacrifício de Jesus, vivendo pela fé que justifica e produz frutos para a glória de Deus!


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