Quem Foi Estêvão? A História do Primeiro Mártir Cristão
- Felipe Morais
- 22 de mai.
- 4 min de leitura
Quem Foi Estêvão? A História do Primeiro Mártir Cristão
A história do cristianismo primitivo é rica em figuras de fé e coragem, e entre elas, Estêvão se destaca como um farol de dedicação e o primeiro a dar a vida por sua crença em Jesus Cristo. Sua narrativa, encontrada no livro de Atos dos Apóstolos, é um testemunho poderoso de fé, serviço e martírio, que continua a inspirar milhões ao longo dos séculos.
O Contexto de Seu Chamado: Um Diácono Escolhido
No início da Igreja, com o rápido crescimento do número de discípulos em Jerusalém, surgiu uma questão prática: a distribuição diária de alimentos às viúvas, especialmente as de origem grega, que se sentiam negligenciadas em relação às viúvas de origem hebraica. Para que os apóstolos pudessem se dedicar à oração e ao ministério da palavra, foi decidido que homens "de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria" deveriam ser escolhidos para cuidar dessa tarefa.
Foi nesse contexto que Estêvão emergiu. Ele foi um dos sete homens selecionados pela comunidade e apresentados aos apóstolos. A Bíblia o descreve como "homem cheio de fé e do Espírito Santo" (Atos 6:5, ACF 2011). Sua escolha não foi meramente para uma função administrativa; era um reconhecimento de seu caráter e de sua profunda conexão com Deus.
Um Ministério de Poder e Sinais
Embora tenha sido escolhido para servir às mesas, o ministério de Estêvão rapidamente transcendeu essa função. A Escritura relata que ele, "cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo" (Atos 6:8, ACF 2011). Isso demonstra que o Espírito Santo operava poderosamente através dele, confirmando a mensagem que ele pregava.
Sua sabedoria e o poder do Espírito que falava por meio dele eram tão evidentes que ninguém conseguia resistir aos seus argumentos. Ele debatia com judeus de diversas sinagogas – a dos Libertos, dos Cireneus, dos Alexandrinos, e os da Cilícia e da Ásia – e eles "não podiam resistir à sabedoria, e ao Espírito com que falava" (Atos 6:10, ACF 2011).
A Acusação e o Discurso Perante o Sinédrio
A popularidade e o poder de Estêvão, no entanto, despertaram a oposição. Homens mal-intencionados subornaram testemunhas para fazer falsas acusações contra ele, alegando que ele blasfemava contra Moisés e contra Deus. Ele foi levado perante o Sinédrio, o supremo conselho judaico.
Diante de seus acusadores e juízes, o rosto de Estêvão resplandecia, "como o rosto de um anjo" (Atos 6:15, ACF 2011). Em vez de se defender diretamente, Estêvão proferiu um discurso magistral que revisitou a história de Israel, desde Abraão, passando por José, Moisés e Davi, até a vinda do Messias. Ele habilmente demonstrou como, ao longo da história, o povo de Israel havia resistido ao Espírito Santo e rejeitado os profetas enviados por Deus.
Seu discurso culminou em uma repreensão direta aos seus ouvintes: "Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, assim também vós" (Atos 7:51, ACF 2011). Ele os acusou de terem traído e assassinado o Justo, Jesus, a quem eles deveriam ter recebido.
O Martírio de Estêvão
A essa altura, a ira dos membros do Sinédrio era palpável. Eles rangiam os dentes contra ele. Mas Estêvão , "cheio do Espírito Santo, fitando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus" (Atos 7:55, ACF 2011). Ele declarou o que via, e essa visão celestial foi a gota d'água para seus acusadores.
Eles gritaram em alta voz, taparam os ouvidos e, em uníssono, arremeteram contra ele. Arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. Enquanto as pedras o atingiam, Estêvão orou: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito" (Atos 7:59, ACF 2011). E, ajoelhando-se, clamou em alta voz: "Senhor, não lhes imputes este pecado" (Atos 7:60, ACF 2011). Após dizer isso, ele adormeceu na morte.
É notável que, entre aqueles que consentiram em sua morte e guardaram as vestes dos que o apedrejavam, estava um jovem chamado Saulo, que mais tarde se tornaria o apóstolo Paulo, um dos maiores propagadores do cristianismo.
O Legado de Estêvão
Estêvão é lembrado como o protomártir, o primeiro a morrer por sua fé em Cristo. Sua história é um lembrete vívido da perseguição que a Igreja primitiva enfrentou, mas também da coragem e da fidelidade daqueles que estavam dispostos a pagar o preço máximo por sua convicção.
Seu exemplo de serviço, sua sabedoria no Espírito, sua pregação ousada e, acima de tudo, seu perdão aos seus algozes em seus últimos momentos, ecoam através da história como um modelo de discipulado cristão. A morte de Estêvão, longe de silenciar a mensagem do evangelho, na verdade impulsionou sua disseminação, pois os discípulos foram dispersos e levaram a palavra a outras regiões.
A vida e a morte de Estêvão são um testemunho eterno da verdade e do poder do evangelho, e um desafio para todos os que se declaram seguidores de Cristo a viverem com a mesma fé e dedicação.
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