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MISSIOLOGIA – A Doutrina acerca do Evangelismo

MISSIOLOGIA – A Doutrina acerca do Evangelismo

RESUMO

Desde o chamamento de Abraão, para que esse saísse de sua terra e do meio de seus parentes a fim de ir para um lugar, sem saber para onde ia (Hb 11:8) num ato de fé para que dele surgisse uma grande nação e que finalmente todas as famílias da terra fossem abençoadas por meio dele, vemos o IDE (Mt 28:19) sendo esboçado ali. Passando por todos os Patriarcas, as promessas vão sendo reiteradas, confirmando a vocação de Israel até a chegada de Cristo, o Descendente a qual as promessas se dirigiam (Gl 3:16; Gn 22:18). A partir de então, a Igreja assume o papel central na Missão do Messias de anunciar o Evangelho a todas as nações até o fim dos tempos (Mt 24:14).

INTRODUÇÃO

Desde o princípio, Deus estabelece uma Missão de resgate do homem caído. Essa Missão nos é apresentada nas Escrituras como um “plano de salvação” onde tudo o que pode ser feito para religar o homem a Deus acontece por meio do Missionário Divino, Jesus Cristo! (João 1; Hebreus 1)

CONCEITO DO TERMO

A expressão “Missão” antes de tudo, deve ser compreendida como uma Missão Divina, onde o próprio Deus envia seu Missionário para anunciar o Evangelho do Reino a todos os homens! (Jo 3:16) Jesus, O Filho Unigênito de Deus é o grande Embaixador do Reino, o Apóstolo maior (Hb 3:1) – Posteriormente, é aplicada a todos os envolvidos dentro do processo pelo qual Deus usou e ainda usa para proclamar a Sua Mensagem ao mundo.

MISSÃO NO ANTIGO TESTAMENTO

A Missão para a redenção no Antigo Testamento inicia-se imediatamente após a queda e é uma plataforma para o surgimento do Messias prometido. Desde os primeiros homens de Deus até João Batista, todos, sem exceção falavam dEle! (Lc 24:27,44,45)

ELEIÇÃO, ALIANÇA E A MISSÃO DE ISRAEL

A Aliança feita com Abraão, ratificada com seu primogênito Isaque e, posteriormente com Jacó e por extensão, a Aliança no Sinai deixada aos seus descendentes, reforçam uma proposta missionária enquanto nação de se tornarem referência ao mundo como povo de Deus (Êx 19:5,6). Contudo, os israelitas se dobraram diante do Bezerro de Ouro (Êx 32) e vários “deuses”. Mas, a promessa feita a Abraão acerca do seu “descendente”  (Gl 3:16) estava de pé e através desse povo, viria mais tarde aparecer o Messias de Israel, Jesus Cristo, o Salvador do Mundo! (Lc 2:11,30-32; Jo 3:17;4:25; 4:42).

O PACTO MISSIONÁRIO ENTRE DEUS E O POVO HEBREU NO SINAI

Ao falarmos de um profeta, evidentemente precisamos compreender que tal personagem possuía uma “causa” que o envolvia. A essa causa, compreendemos como a Missão profética. Afinal, ao profeta era incumbida a Missão de exortar ao povo a uma vida de santidade e temor ao Senhor. Eram verdadeiros missionários, seja em Israel ou em terras estrangeiras, como Jonas por exemplo, onde vemos Deus dizer claramente ao profeta uma expressão muito similar ao IDE de Jesus aos seus discípulos: “Levanta-te e VAI à grande cidade de Nínive…” (Jn 1:1; 3:1,2).

O PRINCÍPIO ATIVO NA PROMESSA NO EGITO

Que foi Deus quem assumiu a responsabilidade na redenção da humanidade isso é um fato inegável. Ele mesmo providenciou um Cordeiro para Si (João 1:29). Dentro desse projeto Deus parece estabelecer pelo menos três pontos principais: A Promessa desde a Queda feita também aos Patriarcas e à nação de Israel por meio dos Profetas; A Redenção por meio do Messias prometido e; A Comunhão com todos aqueles que receberem a Mensagem do Evangelho, se arrependerem em seus corações e andarem segundo os seus princípios em obediência. (At 2:38,39)

O BERÇO CULTURAL E GEOGRÁFICO PARA O CUMPRIMENTO DA PROMESSA

Temos na figura do cordeiro preparado para a Páscoa uma representação nítida do Cordeiro de Deus anunciado por João Batista que tira o pecado do mundo (João 1:29,36). A festa da Páscoa tornou-se um Memorial de salvação para cada casa que tiveram seus primogênitos salvos assim como ocorreu no monte Moriá quando Abraão ofereceu seu filho Isaque, seu primogênito tendo um carneiro como provisão (Gn 22:8-18; Hb 11:17-19; Tg 2:21-23). Exatamente durante a comemoração da Páscoa, Jesus, o Cordeiro Pascal (1Co 5:7,8) instituiu diante dos seus Discípulos outro memorial à Igreja, a Ceia do Senhor (Mt 26:17-30; Mc 14:12-26; Lc 22:1-20; 1Co 11:23-34).

A BÍBLIA E SUA CENTRALIDADE

Ao falarmos da grande Missão de Deus lembramo-nos de quando o profeta Isaías diz: “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” (Isaías 6:8). Em outro momento o próprio Deus se declara cumprir a missão de vir dizendo “Eis-me aqui” (Is 52:6). O Messias seria então o Enviado de Deus para cumprir a grande Missão onde o próprio Deus cuidará de resgatar seu povo (Jr 23:3-5).

MISSÃO NO NOVO TESTAMENTO

Em sua mensagem de Boas Novas, Jesus rompeu as fronteiras geográficas, culturais e sociais, afim de que pessoas de todos os povos, tribos, línguas e nações participem do Reino. Não há exclusividade genealógica, cultural ou territorial, o Evangelho deve ser anunciado até os confins da Terra sem acepção de pessoas (Atos 10:34; Rm 2:11).

À Igreja, como Corpo de Cristo, cabe dar continuidade ao trabalho d’Aquele que é a Cabeça (líder maior) desse organismo espiritualmente vivo, anunciando o Evangelho da Paz!

A MISSÃO DA IGREJA PRIMITIVA E ANTIGA

Entre os apóstolos, podemos destacar Paulo, um típico missionário de alcance mundial.

A missão outrora outorgada a Israel literal, transfere-se, na cruz para a Israel espiritual, isso é: a Igreja, composta a princípio quase que exclusivamente por judeus convertidos e, posteriormente, também por gentios alcançados e convertidos ao Evangelho.

É bem provável que a aceitação de Constantino relativa ao cristianismo beneficiou e muito a expansão do Evangelho nesse tempo. De alguma forma, Deus proveu um meio de espalhar Sua Mensagem nesse período. Isso não quer dizer que não houve distorções doutrinárias, afinal em todas as eras, desde o princípio da chamada Igreja Primitiva, vemos os apóstolos denunciando as várias heresias que já se afloravam naqueles tempos.

A ALTA IDADE MÉDIA (500-1000)

Nesse período conhecido como Idade Média, a Igreja progrediu e ganhou muita aceitação, mas também foi fragmentada com diferenças teológicas. Talvez, mais complicado ainda foi o surgimento do Islamismo fundado por Maomé (600 a 700 d.C.) e começou a se infiltrar e causar transtornos nas comunidades cristã e judaica.

A EXPANSÃO EUROPÉIA (1000-1500)

Esse período marca o final da harmonia entre a Igreja Católica Apostólica Romana e Igreja Católica Apostólica Ortodoxa iniciado principalmente pela “cláusula Filioque”, evento esse conhecido como O Grande Cisma, a ruptura iniciou-se a partir do ano 1054 quando os líderes da Igreja de Constantinopla e da Igreja de Roma excomungaram-se mutuamente.

Embora a fusão entre Igreja e Estado ao longo da História culminou em problemas graves, evidentemente que também trouxe de alguma forma benefícios permanentes como, por exemplo, a resistência às investidas do islamismo na Europa com as Cruzadas entre os séculos XI e XIII. O que proporcionou o cenário ideal para que ocorresse, por exemplo, a Reforma Protestante no século XVI liderada por Martinho Lutero, simbolizada pela publicação de suas 95 teses em 31 de outubro de 1517.

A ERA DOS DESCOBRIMENTOS (1500-1600)

As Américas, partes do sul da África e também da Ásia e a Oceania foram alcançados pelos europeus nessa parte da História. Entretanto, as Escrituras já falavam sobre as “ilhas das nações” (Gn 10:5; Sf 2:11) onde em todos os povos da Terra o Nome do Senhor será exaltado (Malaquias 1:11-13). Isso claramente deixa claro que haveria a necessidade de uma ação missionária entre todos os povos, tribos, línguas e nações (At 17:30; Ap 5:9,10; 7:9).

AS INICIATIVAS (1600-1900)

Pelo lado do catolicismo romano, vemos florescer a ordem religiosa dos chamados “jesuítas” fundada em 1534 por Inácio de Loyola. A Companhia de Jesus, como era denominada, foi criada logo após a Reforma Protestante (século XVI), como uma forma de barrar o avanço do protestantismo no mundo. Apesar de o catolicismo ter se instalado no Brasil desde o descobrimento, os jesuítas chegaram em 1549, em Salvador, na Bahia.

Os missionários católicos jesuítas alcançaram as extremidades do mundo sendo muitos torturados e mortos inclusive no Japão e, mesmo sob fortes represálias, não negaram sua fé sendo cruelmente assassinados pelos imperadores daquele país durante o período EdoXogunato Tokugawa (1603-1868).

Fato é que desde a Reforma Protestante, as missões tiveram grandes avanços; seja pela iniciativa dos protestantes a fim de propagar o Evangelho sob a ótica das 95 teses de Lutero, seja pela tentativa romana de barrar o avanço do protestantismo no mundo.

MISSÕES NO BRASIL

O Evangelho no Brasil inicia-se a partir da iniciativa de missionários dos Estados Unidos da América, bem como Europeus.

Durante o século XIX surgem igrejas anglicanas e luteranas, logo em seguida as demais denominações históricas como os batistas, metodistas, presbiterianos, congregacionais e episcopais.

Já no século XX há o advento dos pentecostais e, a partir desse período iniciou-se o envolvimento das igrejas evangélicas brasileiras em missões transculturais, no Brasil e em outras terras.

No Brasil, em especial; vale destacar ainda que, o intenso trabalho missionário inicial das igrejas pentecostais – entre várias outras, mas principalmente as Assembleias de Deus – favoreceu o desbravamento e o avanço do Evangelho em todas as regiões do país.

CRISTIANISMO NO BRASIL: CATÓLICOS E EVANGÉLICOS

Atualmente, pelos dados do IBGE[1] (Censo, 2010) — os Cristãos são 86,8% do Brasil; católicos caem para 64,6%; evangélicos já são 22,2%.

De acordo com o DataFolha[2] (Pesquisa, 2020), 50% dos brasileiros são católicos, 31%, evangélicos e 10% não têm religião.

Sendo assim, se fizermos uma comparação dos dados de 2010 (IBGE) em relação aos dados de 2020 (DataFolha), podemos observar que, embora houve certo crescimento entre os grupos que se declaram evangélicos (22,2% para 31%), no meio católico a evasão foi enorme (86,8% para 50%).

Se considerarmos os dados (incluindo seus distintos métodos de pesquisas) como confiáveis, é assustadora a perda de representatividade cristã (como um todo) em território brasileiro (86,8% para 81%). Isso afeta diretamente todas as esferas sociais onde o cristianismo mantém sua influência.

POR QUE É NECESSÁRIO SE ENVOLVER NAS MISSÕES?

Em 2020 o Banco Mundial[3] calculava uma população de 7 bilhões e 753 milhões de pessoas em todo o mundo.

Dados de uma pesquisa de 2020 realizada por Sébastien Fath[4], historiador e pesquisador do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica, na França), estima que os evangélicos representam apenas 26% dos 2,5 bilhões de cristãos em todo o mundo!

Nesse cenário, o Brasil é apenas o quarto país com maior número de evangélicos no mundo: 1) os Estados Unidos (93 milhões); 2) China (65 milhões); 3) Nigéria (55 milhões); 4) Brasil (46 milhões); 5) Índia (28 milhões).

Se depender de seu envolvimento, o Evangelho chegará a muitos?

Pense sobre isso…

Se você deseja envolver-se em Missões, não deixe de ver esse documentário:

TALIABO – Em Busca do Rio da Vida Eterna



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[1] https://veja.abril.com.br/coluna/reinaldo/o-ibge-e-a-religiao-cristaos-sao-86-8-do-brasil-catolicos-caem-para-64-6-evangelicos-ja-sao-22-2/

[2] https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/01/13/50percent-dos-brasileiros-sao-catolicos-31percent-evangelicos-e-10percent-nao-tem-religiao-diz-datafolha.ghtml

[3] https://datatopics.worldbank.org/health/population

[4] https://guiame.com.br/gospel/noticias/brasil-e-o-quarto-pais-com-mais-cristaos-evangelicos-aponta-pesquisa.html

Escrito por
Pr. Felipe Morais
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