Os Dons Espirituais e Miraculosos foram dados apenas aos apóstolos?

Há muitos casos em que os irmãos acabam se escandalizando ao entrar em uma congregação que está agindo de forma estranha em relação aos dons espirituais. Isso acontece quando a Igreja não está agindo de acordo com as instruções da Palavra de Deus. Mas, não se engane pensando que tal situação se trate de uma falha da Igreja atual. Muito antes disso, o apóstolo Paulo precisou repreender e instruir a igreja na cidade de Corinto. Nessa igreja, o apóstolo testemunha que eles tinham recebido tanta graça e se alegra dizendo que era “por causa da graça de Deus que foi dada a vocês em Cristo Jesus. Porque em tudo vocês foram enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento” (1Co 1.4,5). Essa Igreja tinha conhecimento, mas ainda assim precisava de orientação quanto ao uso dos dons espirituais que eles tinham recebido em abundância “de maneira que não lhes falta nenhum dom” (1Co 1.7).

Talvez você foi em alguma reunião e viu uma verdadeira desordem ocorrendo durante o culto. Isso realmente está fora do que as Escrituras ensinam. Então, muitas vezes, chegamos à conclusão que esses irmãos não são “crentes legítimos”. Mas essa conclusão não está correta. Por quê? Porque não foi assim que o apóstolo Paulo tratou os irmãos de Corinto. Ele os amou e, ao invés de condená-los, desprezá-los ou excluí-los, ele os instruiu acerca de como utilizar os dons e os estimulou a buscar mais e mais.

Compreendo que você teve uma experiência má com alguma congregação que fazia mal uso dos dons por falta de instrução ou exibicionismo mesmo. Esse tipo de atitude é tão danosa que leva a muitos a terem aversão a qualquer manifestação de dons chegando a negá-los. Mas isso também é o outro lado do extremismo. São dois erros. E, claro, um erro não justifica o outro. Vou listar os dois extremos:

1) Igrejas que creem nos dons espirituais, buscam, mas fazem mal uso (inclusive alguns chegam a simular tais dons). Isso é ruim.

2) Igrejas que negam os dons espirituais, não buscam e ficam criticando as que buscam. Isso também é ruim.

Então o que é biblicamente correto? Instruir corretamente: Por que, como, quando, onde, etc…

Como ambos os casos são fruto de falta de maturidade espiritual, explicamos no vídeo qual a forma correta (BÍBLICA) e estaremos resumindo:

1. IMPORTÂNCIA – A Bíblia diz que DEVEMOS DESEJAR e BUSCAR OS DONS. “como desejais dons espirituais” (1Co 14.12) – “Procurai com zelo os melhores dons (1Co 12.31) – “Procurai com zelo os dons espirituais” (1Co 14.1).

2. LEGITIMIDADE – A Bíblia mostra que os dons devem ser EXERCIDOS COM AMOR. “Ainda que tivesse o dom…, e não tivesse amor, nada seria” (1Co 13)

3. APLICAÇÃO – A Bíblia mostra COMO os dons devem ser exercidos na Igreja. Isso é; “com ordem e decência” (1Co 14.40).

4. COMUNHÃO – A Bíblia diz QUANDO os dons devem ser exercidos. “Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” (1Co 14.26)

5. DURAÇÃO – A Bíblia mostra claramente que os dons espirituais são para a EDIFICAÇÃO DA IGREJA e em momento algum diz que eles cessaram. Somente quando Cristo vier eles deixarão de ser úteis pois a Igreja já estará plenamente edificada (1Co 13.8-10).

6. PROPÓSITO – A Bíblia mostra PORQUÊ os dons devem ser exercidos na Igreja. “Para a edificação da Igreja” (1Co 14.12)

7. LIMITAÇÃO – A Bíblia diz que devemos TER MUITOS DONS. “Procurai abundar neles” (1Co 14.12)

8. INSTRUÇÃO – A Bíblia diz para NÃO PROIBIR falar em línguas (1Co 14.39). O correto é INSTRUIR e não proibir. Portanto, quem proíbe hoje está indo contra as Escrituras!

A Bíblia ensina que os dons são do Espírito Santo que está ativo na Igreja e não devem ser rejeitados. Pelo contrário, devem ser desejados e buscados com zelo. Não devem ser proibidos, mas devemos todos sermos instruídos de como usar cada uma das diversas ferramentas que o Espírito Santo dá para o que for útil na Edificação da Igreja (1Co 12.4-7).

A orientação do apóstolo Paulo aos coríntios mostra claramente que ele de modo algum censurava os dons. Ao invés disso estimulava a busca dos dons com objetivos: “Eu quero que vocês todos falem em línguas, mas muito mais que profetizem. Pois quem profetiza é superior ao que fala em línguas, a não ser que as interprete, para que a igreja receba edificação.” (1Co 14.5).