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Os 12 Espias – Josué e Calebe – Números 13

Números 13 – Os Doze Espias

Os 12 espias enviados por Moisés para reconhecimento da terra de Canaã.

Quem foram os 12 espias? – (Números 13:4-15)

AS TRIBOSOS PRÍNCIPESSEUS PAIS
RúbenSamuaZacur
SimeãoSafateHori
JudáCalebe¹Jefoné
IssacarJigealJosé
EfraimOséias² (Josué¹)Num
BenjamimPaltiRafu
ZebulomGadielSodi
ManassésGadiSusi
AmielGemali
AserSeturMicael
NaftaliNabiVofsi
GadeGeuelMaqui
¹ Somente Josué e Calebe foram fiéis ao Senhor (Nm 14:38)
² Moisés mudou o nome de Oséias para Josué (Nm 13:16)

Os Doze Espias: Uma expedição perigosa

Usaremos também o termo “exploradores” para se referir aos “espias”. Apesar de o termo hebraico usado em Nm 14.34 para se referir a esse grupo de doze exploradores ser diferente do termo usado em Josué 2.1 para se referir aos dois espias, é possível encontrar em Dt 1.24 o mesmo termo usado em Josué fazendo referência também aos doze enviados por Moisés.

Embora nos dois casos se trate de uma missão de reconhecimento, as situações são completamente diferentes. Pois, o objetivo é diferente do caso de Josué em Jericó.

Portanto, não se trata aqui de espionagem com objetivos militares: as informações requeridas são apenas de ordem econômica e geográfica. Em Josué, o reconhecimento é feito por apenas dois espias à cidade de Jericó, se tratava de espionagem militar e permaneceu secreta.

“Em Números 13.1-33 vemos a famosa passagem bíblica que narra à história dos doze espias enviados à terra de Canaã para trazer a Moisés um relatório sobre a terra. Nesse episódio somente Josué e Calebe demonstra fé suficiente na promessa divina feita séculos antes de Abrão, e, portando, entraram na terra prometida (Nm 1.1-2.34; Dt 2.14-15; 4.3-4; 1Co 10.5).” (MOREIRA, 2022, p. 622)

O que os espias deveriam verificar?

Moisés tinha convicção da fidelidade de Deus. Exatamente por isso ele dá as diretrizes do que deveria ser observado pelos doze homens enviados à terra de Canaã.

O roteiro era simples (Números 13:17-20):

  • Subir pelo Neguebe (região desértica ao sul),
  • entrar na região montanhosa
  • ver a terra: se é boa ou má; solo fértil ou estéril; se há matas ou não
  • ver o povo: se é forte ou fraco; poucos ou muitos
  • ver as cidades: se são muradas ou são desprotegidas
  • trazer dos frutos da terra.

Moisés estrategicamente solicita que subam pelo deserto. Assim, eles passariam pela pior parte primeiro. Isso os faria alegrar ao ver o restante da terra em comparação com o início da jornada!

O que motivou essa visita dos espias à terra de Canaã?

Ao ler o relato apenas pelo livro de Números, não podemos enxergar o pano de fundo da cena e temos a sensação que Deus ordenou que eles fossem averiguar se sua palavra era verdadeira ou não. Mas, na verdade, não foi bem assim. Em Deuteronômio, somos informados por Moisés que, o povo estava descrente acerca das maravilhosas promessas de Deus e, por isso, desejava ter um testemunho humano para confiar em prosseguir sua jornada rumo à terra que mana leite e mel. Moisés disse:

— Então todos vocês se aproximaram de mim e disseram: “Vamos mandar alguns homens adiante de nós, para que espiem a terra e nos digam por que caminho devemos seguir e a que cidades devemos ir.” Deuteronômio 1:22

Por que Israel passou 40 anos no deserto?

Fica claro que, Deus permitiu que, em sua incredulidade fossem enviados doze representantes do povo. Essa empreitada fomentada pela falta de fé tem o propósito em “realçar o contraste entre o esplendor material da Terra Prometida e a fraqueza espiritual do povo hebreu”[1]. E,  por isso, permaneceriam no deserto durante um período representativo dos anos em relação aos dias dessa exploração:

Segundo o número dos dias em que vocês espiaram a terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, vocês levarão sobre si as suas iniquidades durante quarenta anos e terão experiência do meu desagrado. Números 14:34

O número 40 (quarenta) é muito simbólico[2] e aparece com muita frequência na Bíblia apontando eventos importantes (cf. Gn 7:17; Gn 25:19-20; Êx 16:35; Êx 24:18; Dt 8:2; Js 14:7; 1Sm 4:18; 2Sm 5:4; 1Rs 14:21 1Rs 19:8; Ne 5:15; Ez 4:6; Ez 29:11-13). Jesus passou por quarenta dias em jejum, durante sua tentação no deserto (veja Mt 4:2; Lc 4:2).

Nesse caso, os quarenta anos no deserto foram em consequência de os israelitas não acreditarem na palavra de Deus!

Os doze espias

A ordem era para enviar “um homem de cada tribo de seus pais, sendo cada qual chefe entre eles.” (Nm 13:2). É importante observar que, todos os representantes aqui enumerados são diferentes dos chefes mencionados em Nm 2 e Nm 7.

Trata-se portanto de um notável dentre vários que poderiam existir em cada clã: um homem “elevado” a uma alta posição social”[3].

Fato interessante é que a tribo de Levi foi dispensada de enviar um explorador uma vez que não receberiam território tribal como herança. Como também não foram contados no Censo de Nm 2:33.

Por que Moisés mudou o nome de Oséias para Josué?

Ao separar os doze espias, Moisés é motivado pelo Senhor a mudar o nome do filho de Num. Nesse dia Oséias passa a ser chamado Josué!

São estes os nomes dos homens que Moisés enviou a espiar aquela terra; e a Oséias, filho de Num, Moisés chamou Josué. Números 13:16

O nome de Josué já foi descrito muitas vezes e bem antes desse texto. Por exemplo, vemos o nome “Josué” em Êx 17.9-14; 24.13; 32.17, 33.11 e até mesmo no próprio livro dos Números capítulo 11, verso 28. O fato é que aqui em Números 13 nos é explicado quando e como foi que Oséias, filho de Num, recebeu o novo nome de Yehôshûaʿ (Josué). Portanto, posteriormente, quando, Moisés foi escrever os textos anteriores, fez questão de anotar o nome de Josué como já tinha recebido nesse dia.

Essa missão teve tanta importância para Josué que, aqui seu nome foi trocado para absorver todo o teor profético dessa e sua futura missão que representaria o fato escatológico de Jesus inserir o povo de Deus no descanso eterno (cf. Hebreus 4:8-11)!

Antes de mais nada, é preciso reconhecer que a troca do nome Oséias por Josué (Yehôshûaʿ) foi orientada pelo próprio Deus. Pois, a mudança do nome é bem sutil no hebraico. Enquanto Hoshea significa “salvação”[4] ou “ele salvou”, o novo nome de Josué, “Yehôshûaʿ” significa “Javé salva”. Esse nome teóforo[5], com a componente Ieho = Yah, será o mesmo que terá Jesus de Nazaré.”[6].

Portanto, Josué e Jesus são o mesmo nome tanto no Antigo Testamento em hebraico (יהושׂוע Yehôshûaʿ) como no texto do Novo Testamento em grego (Ιησους Iesous, cf. Atos 7:45 e Hebreus 4:8).

Josué é especial

Outro detalhe interessante é que, para todos os chefes enviados, são chamados de bèn (filho) de alguém. Mas, com Josué ocorre algo distinto no texto massorético, pois sua vocalização não está bèn para se referir a ele como “filho” de Num. A vocalização exclusiva de Josué aqui é bîn, sem que se conheçam as razões. Contudo, é nítido haver uma clara diferenciação entre o Yehôshûaʿ e os demais. Seu antigo nome: Hoshea significa “ele salvou!”. Mas, seu novo nome Yehôshûaʿ (Josué), significa “Yah salvará!” ou “Yah salvou!”.

Quem foi Calebe, o herdeiro de Hebrom?

Sem dúvida esse assunto sobre Calebe é tão lindo que preparamos um estudo totalmente dedicado a esse assunto: (Veja o vídeo: Quem foi Calebe?)

O Vale de Escol

A palavra Escol (אֶשְׁכֹּל ’Eshkol) significa “cacho” e o nome do lugar é uma referência ao cacho de uvas que os israelitas cortaram naquela região.

A saber, Escol era o nome de um dos três amigos de Abraão moravam nessa região muito tempo atrás – Aner, Escol e Manre (Gn 14.13,24). A região de Hebrom é particularmente rica em vinhas.

“Depois, foram até o vale de Escol e ali cortaram um ramo de videira com um cacho de uvas, o qual foi trazido por dois homens numa vara. Trouxeram também romãs e figos. Esse lugar foi chamado de vale de Escol, por causa do cacho de uvas que os filhos de Israel cortaram ali. Depois de quarenta dias, voltaram de espiar a terra.” (Nm 13:23-25)

“Eles saíram e foram à região montanhosa, e, espiando a terra, foram até o vale de Escol. Tomaram do fruto da terra nas mãos e o trouxeram até nós. E nos informaram, dizendo: “É boa esta terra que o Senhor , nosso Deus, nos dá.” (Dt 1:24,25)

É provável que não se tratava de um vale, e sim de uma torrente. “a Torrente do Cacho Nahal Èshkol: Jerônimo conta que visitou essa torrente e ficou impressionado com a beleza do lugar.”  (CHOURAQUI, 1997, p. 141)

Um relatório desanimador!

Assim como no capítulo anterior, Miriam e Arão já haviam difamado a Moisés. Agora, são os dez espias (exceto Josué e Calebe), que estão a difamar a terra que Deus prometeu a Israel.

Como toda mentira precisa de um pouco de verdade inicial para se sustentar, eles começaram confirmando a beleza da terra e assim foram colocando dificuldades para conquistar o território. Algo resumido como: “O país é de fato muito belo, mas inconquistável!”.

Mostraram o fruto da terra: “De fato, é uma terra onde mana leite e mel; estes são os frutos dela.” (Nm 13:27).

Pronto! Só isso já seria o suficiente para desejarem alcançar a promessa! Não é verdade?

Mas não foi bem assim…

A incredulidade produz o pessimismo

Embora os exploradores viram com os próprios olhos e carregaram com as próprias mãos o grande e bom fruto da terra como testemunho de que é a “terra que mana leite e mel” dita pelo Senhor, preferiram procurar por problemas na conquista. Isso aconteceu porque eles confiaram em si mesmos e, se vendo incapazes, já produziram em seus corações um sentimento de anti-êxodo e tornaram-se malditos (Jr 17:5).

 Ao invés de contentarem com o benefício da verdadeira palavra de Deus, eles preferiram procurar defeitos e impossibilidades. Aqui está uma grande lição para nós (1Co 10:11)! Pois, isso sempre acontece quando deixamos de olhar para Deus e sua santa palavra e focamos em nossa própria força!

A estratégia de Satanás com os espias incrédulos

Cuidado: Satanás sempre terá um “mas…” para te mostrar. É até verdade que a terra é boa… Mas…

  • o povo que habita nessa terra é poderoso (Nm 13:28)
  • as cidades são muito grandes e fortificadas (Nm 13:28)
  • Também vimos ali os filhos de Anaque. (Nm 13:28)
  • os heteus, os jebuseus e os amorreus habitam nas montanhas. (Nm 13:29).
  • os cananeus habitam perto do mar e na beira do Jordão. (Nm 13:29)

Assim Satanás agiu nesse evento: Um pouquinho de verdade no início e depois um monte de “motivos” para não avançarem rumo a Canaã…

Lembre-se: Satanás é especialista em usar a “razão” para abater a fé daqueles que não se firmam nas palavras de Deus…

Agora vamos analisar esses argumentos…

O povo da terra é poderoso!

É aterrador perceber tamanha incredulidade em pessoas que viram as dez pragas no Egito, o mar Vermelho se abrir diante de seus olhos, o maná cair do céu, as codornizes, a água sair da rocha, dentre tantos outros milagres até esse momento!

Porque não existe “povo poderoso” o suficiente para vencer o “Deus Todo-Poderoso” (Êx 6:3) que se revelou a Moisés na sarça ardente!

Pois é o próprio Deus quem ia adiante deles! (cf. Êx 13.21,22; Êx 17:6; Nm 14:14; Dt 1.32,33;Ne 9.12; Sl 78.14; 150.39).

Por isso, o apóstolo Paulo revela algo maravilhoso: Os israelitas beberam da mesma bebida espiritual. Porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo (1Co 10:4)!

As cidades são muito grandes e fortificadas

Para o Deus que impediu os edificadores de Babel de dominarem o mundo inteiro (Gn 11.1-9), não são essas “grandes cidades” que seriam algum problema!

Quem eram os amalequitas?

“Os amalequitas habitam na terra do Neguebe” (Nm 13:29). Imediatamente os israelitas assustados se lembraram de quando foram surpreendidos pelo ataque dos amalequitas em Refidim, logo após a saída de Israel do Egito (Êx 17:8-16). Amaleque significa ““habitante dum vale”.

Neguebe, do hebraico “nèguèb significa “seco”. Ela é empregada com frequência na Bíblia como sinônimo de Téimân para designar o Sul. […] As montanhas de que se fala aqui são os montes dos amorreus, mais tarde chamados montes da Judéia (Dt 1,2).” (CHOURAQUI, 1997, p. 136).

Quem eram os heteus?

Os heteus ou hititas, são descendentes de Hete. Chamados também de “filhos de Hete” (Gn 23:20). Para se ter uma ideia da força desse povo, o nome “Hete” significa “terror”!

Quem eram os jebuseus?

Esse povo era tão forte que só veio a ser vencido muito tempo depois! Os jebuseus são descendentes de Jebus, antigo ancestral que deu nome à cidade de Jebus (Js 18.28; Jz 19.10). Que mais tarde veio ser conquistada por Davi e chamada pelo nome de Jerusalém (1Cr 11.4-9), a “cidade de Davi”.

Quem eram os amorreus?

Os amorreus foram os mais fáceis de serem derrotados. “Emori (amorreu): Seu nome significa “homem das altas terras”. Os exploradores insistem sobre a dificuldade que terão os hebreus de conquistar as montanhas. A história não confirmou esses temores, pois o maciço central de Kena’ân, pouco povoado e mal defendido, será o território que os hebreus anexarão já no início de sua conquista.”  (CHOURAQUI, 1997, p. 145)

Quem eram os cananeus?

Os cananeus eram descendentes de Canaã, um dos netos de Noé (Gn 9:18) e seu nome significa “terras baixas”.

Calebe: a voz de um atalaia!

Quando todo povo poderia estar amedrontado, Calebe se levanta em voz alta demonstrando sua plena confiança na promessa de Deus!

“Calebe fez calar o povo diante de Moisés e disse: — Vamos subir agora e tomar posse da terra” (Nm 13:30)

Os espias não estavam confiando nem mesmo em Deus!

Mas os outros exploradores incrédulos, estavam decididos a não partir para Canaã!

“— Não podemos atacar aquele povo, porque é mais forte do que nós.” (Nm 13:31)

Ao dizer que o povo da terra era mais forte do que “nós”, estavam demonstrando que não acreditavam no poder de Deus para protegê-los:

São mais fortes do que nós: [Em hebraico mimenu, que também pode ser traduzido por “do que ele״]. Eles disseram em referência a D’us, por assim dizer.” (RASHI, 2018, p. 142)

A difamação dos espias sobre a terra prometida

E, diante dos filhos de Israel, falaram mal da terra que haviam espiado, dizendo: — A terra pela qual passamos para espiar é terra que devora os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Números 13:32

Eles viram a terra com seus olhos naturais, mas eles haviam dado espaço para o “espírito de covardia” (2Tm 1:7) e assim, a incredulidade deixaram eles cegos espiritualmente (Ap 3:18,19) a ponto de, ao difamar a terra (Tg 3:10-12), estavam sendo boca do diabo (Ef 4:27,29) para influenciar o restante da nação.

Uma vez que eles mesmos haviam trazido os frutos e dito que a terra era boa (Nm 13:27), ao rebater Calebe proferiram então, palavras contraditórias. Esse é o fruto da rebeldia (Dt 9:23).

As murmurações dos israelitas rebeldes (Dt 1:26,27) e o desprezo da terra eram sintomas de sua incredulidade (Dt 1.32-33)!

Também desprezaram a terra aprazível e não deram crédito à palavra de Deus; pelo contrário, murmuraram em suas tendas e não ouviram a voz do SENHOR. Salmos 106:24-25

A estratégia do exagero

Também vimos ali gigantes (os filhos de Anaque são descendentes de gigantes“nephilîms”), e éramos, aos nossos próprios olhos, como gafanhotos e assim também éramos aos olhos deles. Números 13:33

Eles já tinham falado sobre os filhos de Anaque (Nm 13.28). Mas, agora, procurando dar o último golpe na fé do restante dos israelitas, diante da resistência de Calebe, esses espias infiéis mentiram aumentando ainda mais a dificuldade por meio de exageros falando que ali ainda habitavam os gigantes de antes do dilúvio “nephilîms” (Gn 6.4).

Essa associação é mentirosa e isso fica claro quando se observa que esses tais gigantes não são mais citados em todo o restante do período da conquista da terra (uma vez que deveriam estar lá quando Josué chegou), nem em qualquer outro texto do Antigo Testamento. Portanto, se os “nephilîms” de Gn 6.4 não tivessem sido mortos, o Dilúvio não faria o menor sentido quando Deus não poupou o mundo antigo e fez vir o Dilúvio sobre o mundo de ímpios (2Pe 2:5)!

Caso contrário, nem todos os ímpios teriam morrido e o propósito de Deus não teria sido cumprido. Porém, a Escritura deixa claro que Deus não poupou “o mundo antigo, o mundo de ímpios” que certamente inclui todos os gigantes descritos naquele contexto.

Uma observação importante!

Algumas traduções trazem “os filhos de Anaque são descendentes dos gigantes (“nephilîms”) onde deveria estar claro que foram eles [os espias] que falaram dos filhos de Anaque como sendo os descendentes dos gigantes “nephilîms” e absorvida por tradutores e dicionários posteriormente. Essa informação não foi passada na primeira vez que falaram dos filhos de Anaque (v.28). Isso mostra que aqui eles fizeram tal alusão com finalidade de intimidação definitiva.

Outros grupos de gigantes são descritos na Bíblia após o Dilúvio, mas nunca usando o termo nephilîms” (נְפִילִים) que significa “gigantes[7] (ver também Dicionário Strong – H5303), procedente de (נָפַל naphal) que conforme o Léxico Analítico Hebraico e Caldaico (2018, p. 828) significa: I. cair. II. cair em batalha, pela espada, ser morto ou até mesmo ter o semblante caído, entristecido, fechar a cara para alguém, ter raiva de alguém; gigantes, etc.

O Dicionário de Hebraico e Aramaico Bíblicos (2010, p. 88) define o termo como: Q. cair, precipitar-se, nascer, cair enfermo, deixar-se cair, abaixar-se; Hi. fazer cair, deixar cair, causar a morte, derrubar, omitir; Hitp. cair sobre, cair de joelhos.

Um exemplo do uso do termo “cair”[8] (נָפַל naphal) está nesse verso: “Estes nasceram dos gigantes (רְפָאִים refaim) em Gate; e caíram (נָפַל naphal) pela mão de Davi e pela mão de seus homens.” (1Cr 20:8).

A derrota dos gigantes Anaquins, os filhos de Anaque

Na verdade, esses tais gigantes foram todos derrotados dentro de Israel. Somente os que estavam no território dos filisteus permaneceram durante um tempo. Isso mostra que o tom assombroso dos dez espias covardes não passava de uma alegoria amedrontadora.

Naquele tempo, Josué foi e eliminou os anaquins da região montanhosa, de Hebrom, de Debir, de Anabe, e de todas as montanhas de Judá, e de todas as montanhas de Israel; Josué os destruiu totalmente com as suas cidades. Nem um dos anaquins sobreviveu na terra dos filhos de Israel; somente em Gaza, Gate e Asdode permaneceram alguns. Josué 11:21-22

Josué o abençoou e deu a cidade de Hebrom a Calebe, filho de Jefoné, para ser a herança dele. Por isso, Hebrom passou a ser de Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu, em herança até o dia de hoje, visto que havia perseverado em seguir o SENHOR, Deus de Israel. Josué 14:13-14

Quando conquistaram a terra prometida pelo Senhor, ao solicitar a cidade de Hebrom, Calebe disse a Josué: “Os meus irmãos que tinham ido comigo amedrontaram o povo, mas eu perseverei em seguir o SENHOR, meu Deus.” (Josué 14:8)

Que lição maravilhosa: Quem persevera em seguir ao Senhor anima os outros (Dt 1.29-31) e não amedronta o povo de Deus!


Notas de Rodapé:

[1] (CHOURAQUI, 1997, p. 132)

[2] (DOBSON, 2019, p. 198)

[3] (CHOURAQUI, 1997, p. 133)

[4] (DOBSON, 2019, p. 198)

[5] Teóforo ou Teofórico: Esse termo provém do grego Θεο “Theos” que significa Deus e ϕόρος “phoros” que significa carregar/portar. Logo, “teóforo” ou “teofórico” é todo nome que faz referência a Deus através de elementos presentes no próprio nome.

[6] (CHOURAQUI, 1997, p. 134)

[7] (ORTIZ, 2010, p. 88)

[8] (MITCHEL, PINTO e METZGER, 1996, p. 47)


Bibliografia

CHOURAQUI, A. A Bíblia – No Deserto (Números). Tradução de Paulo Neves. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1997.

DAVIDSON, B. Léxico Analítico Hebraico e Caldaico. São Paulo: Vida Nova, 2018.

DOBSON, K. Ensinamentos da Torá: conciliando a história judaica com a fé cristã / com notas de Kent Dobson. Tradução de Maurício Bezerra Santos Silva. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2019.

GARDNER, P. Quem é quem na Bíblia Sagrada. 1ª. ed. São Paulo: Editora Vida, 2005.

MITCHEL, L. A.; PINTO, C. O. C.; METZGER, B. M. Pequeno Dicionário de Línguas Bíblicas. São Paulo: Vida Nova, 1996.

MOREIRA, S. O. JESUS NO ANTIGO TESTAMENTO: Gênesis a Deuteronômio. Bereano: Copyright, 2022.

ORTIZ, P. Dicionário de Hebraico e Aramaico Bíblicos. São Paulo: Edições Loyola, 2010.

RASHI. Torá-Rashi: Sefer Bamidbar-Números: com comentários de Rashi. Tradução de Yaacov Nurkin; Haftarot traduzidas e Targum Onkelos. São Paulo: Maayanot, 2018. (Coleção Torá Rashi; v.4).

Deus te abençoe!

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Escrito por
Pr. Felipe Morais
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