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Azazel – O Bode Expiatório

Você certamente já ouviu falar de “Azazel” (O Bode Expiatório).

A Bíblia deixa claro que os dois bodes eram tomados como “oferta pelo pecado” (Lv 16.5) e que que ambos eram “apresentados diante do Senhor” (Lv 16.7). Após essa apresentação, era lançado “sorte” entre eles apenas para saber qual seria sacrificado e qual levaria os pecados para longe da presença de Deus que estava tipificada no Tabernáculo como a habitação de Deus (Êxodo 25:8).

Um desses bodes – e, poderia ser qualquer um deles – seria morto como exige a oferta pelo pecado (Lv 16.15) e seu sangue deveria ser levado para dentro do véu para aspergir o propiciatório afim de expiar os pecados que acabava por contaminar o Santuário, a tenda da congregação e também o altar do sacrifício (Lv 16.16-19).

O bode que ficou vivo, recebia uma imposição de mãos – exatamente como acontecia nas demais ofertas ao Senhor (Lv 1.4; 3.2,8,13; 4.4,24,29,33) – e a confissão de pecados de todo o Israel incluindo os sacerdotes (Lv 16.20,21). Novamente o bode expiatório era apresentado vivo diante do Senhor para fazer expiação por meio dele sendo enviado para fora do acampamento ao deserto (Lv 16.10).

Um detalhe muito importante: Se o bode que foi morto expiava o Santuário, a Tenda e o Altar, o bode que era enviado para o deserto era o responsável por ser o meio de expiação de todo o povo de Deus! É exatamente isso que está escrito em Levítico 16.10,20-22.

* Clique para saber mais sobre “O Dia da Expiação – Yom Kippur” e “O que acontecia no Dia da Expiação”.

Leia o texto bíblico (Levítico 16:5-10,15-22) antes de entrarmos nas “teorias acerca do Bode Expiatório”.

AS TEORIAS ACERCA DO BODE EXPIATÓRIO

Inúmeras teorias têm sido feitas acerca do bode que era enviado ao deserto. Há quem defenda que o nome Azazel representa:

1. – O nome de um Sátiro ou Demônio

2. – O próprio Satanás ou um Anjo Caído

3. – O nome do Local onde o bode seria enviado

4. – O apelido do próprio bode escolhido para ser enviado ao deserto

* Se você quiser ver uma explicação desse artigo, acesse o vídeo abaixo:

TEORIA 1. Azazel seria o nome de um Sátiro ou Demônio

Uns defendem que Azazel seria Satanás ou um “demônio” ou “sátiro” e citam rituais feitos pelos Hititas e outros rituais mesopotâmicos onde se tinham o objetivo de aplacar a ira de demônios enquanto outros usam literatura apócrifa como o chamado livro de Enoque para dizer que esse bode enviado estava relacionado a um suposto “anjo caído” chamado Azazel. (WALTON, MATTHEWS e CHAVALAS, 2018, p. 168).

“Essa tradição foi adotada também pelos rabis: o bode seria designado de acordo com os anjos pecadores ‘Uza e ‘Azaèl, por contração: ‘Azazél.” (CHOURAQUI, 1996, p. 181)

OBJEÇÃO 1: Primeiro que a palavra usada para “sátiro” em algumas versões, nada mais é que a palavra שָׂעִיר saʿiyr ou שׁער saʿir que é traduzida em sua grande maioria como “bode”. Essa palavra, de acordo com o Strong significa: cabeludo, cabrito, bode sendo entendido posteriormente como sátiro, podendo referir-se a um bode possuído pelo demônio como os porcos de Gedara (Mt 8.30-32). Contudo, essa ideia de sátiros é uma suposição e não um fato escriturístico. Nas poucas vezes que essa palavra é traduzida como “sátiro” em algumas versões, ela simplesmente se refere a um bode, o que fica evidenciado pelo contexto que envolve outros animais como avestruz, bezerros, hienas, etc.

OBJEÇÃO 2: Tentar atribuir um culto a Deus como um plágio de ritual pagão é, no mínimo uma demonstração de falta de temor a Deus. É inaceitável sugerir que Deus estaria copiando os cultos idolátricos e absorvendo isso para seu louvor e sua glória.

Um dos maiores problemas que encontramos atualmente é a escassez de material produzido por eruditos que sejam realmente fiéis e tementes a Deus.

Os seminários teológicos tanto nos EUA como no Brasil estão contaminados pela teologia liberal e isso reflete nos comentários bíblicos que, acabam por ceder aos caprichos do ceticismo da alta crítica.

“A crítica bíblica vê aí vestígios de antigos cultos pagãos que a legislação bíblica se esforçou para espiritualizar e interpretar no sentido do culto prestado ao Único, I HV H Elohîms.” (CHOURAQUI, 1996, p. 187)

Por isso, você poderá encontrar vários comentários defendendo essas teses, mesmo que a Bíblia não diz absolutamente nada do que eles defendem. Nenhuma dessas teorias está alinhada com o que está escrito na Bíblia e, por isso, usam fontes fora das Escrituras para defenderem suas teses!

Várias pessoas, ao ler esse texto ficam procurando “coisas” onde não tem. E assim, vão ignorando o básico e óbvio “arroz com feijão”, procurando por fontes não bíblicas e sem inspiração divina para satisfazer seus anseios. Dessa forma, vão rejeitando “o leite racional” que dá o crescimento genuíno (1Pe 2.2), muitos seguem falsos ensinos e vão se alimentando dos banquetes contaminados que afirmam com veemência o que as Escrituras não dizem.

OBJEÇÃO 3: O próprio Deus condena a prática cultual relacionada aos demônios. Tanto que o Senhor denuncia que os israelitas haviam praticado tal abominação. Por isso Ele jamais iria promover uma conexão com eles justamente nesse Dia tão importante:

“Nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos demônios, com os quais eles se prostituem; isso lhes será por estatuto perpétuo nas suas gerações.” Levítico 17:7

“Ofereceram sacrifícios aos demônios, não a Deus; sacrificaram a deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, diante dos quais os seus pais não tremeram.” – Deuteronômio 32:17

TEORIA 2. Azazel seria o próprio Satanás ou um Anjo Caído

Há quem diga (por exemplo os adventistas), que o bode expiatório seja uma tipologia de Satanás, que no final dos tempos, ele receberá todos os pecados e será enviado aqui para a Terra que estará desolada durante o período do milênio, simbolizando assim o deserto. No final do milênio, finalmente Satanás será lançado no lago de fogo. Mas essa interpretação não está correta de acordo com as Escrituras, uma vez que, durante o Milênio, de acordo com a Palavra de Deus, a Terra NÃO estará desolada. Fizemos um estudo específico sobre isso que você pode conferir aqui: AULA 7 – O MILÊNIO será na Terra ou no Céu? Quem são as Nações? Haverá Morte?

Adeptos da heresia chamada de “Universalismo” que distorcem o caráter de Deus, atribuindo-Lhe bondade sem justiça e juízo, usam esse bode como uma representação de Satanás. Os universalistas – que acreditam que ninguém será condenado, mas todos (absolutamente todos) serão perdoados Independentemente de terem recebidos a Cristo ou não.

Os que defendem ser um anjo caído usam esse trecho de 1Enoque 10.3-4: “E a Raphael disse o Senhor: “Amarra Azazel de mãos e pés e lança-o nas trevas! Cava um buraco no deserto de Dudael e atira-o ao fundo! Deposita pedras ásperas e pontiagudas por baixo dele e cobre-o de escuridão! Deixa-o permanecer lá para sempre e veda-lhe o rosto, para que não veja a luz! “No dia do grande Juízo ele deverá ser arremessado ao arremedo de fogo! Purifica a terra, corrompida pelos Anjos, e anuncia-lhe a Salvação, para que terminem os seus sofrimentos e não se percam todos os filhos dos homens, em virtude das coisas secretas que os Guardiões revelaram e ensinaram aos seus filhos! Toda a terra está corrompida por causa das obras transmitidas por Azazel. A ele atribui todos os pecados!” (PROENÇA, 2005, p. 263)

Champlin (2018, p. 642, grifo nosso) diz: “O que é claro é que os pecados de todo o povo de Israel eram vistos como que levados por esse bode, embora não fique claro de que maneira exata. Talvez o nome que lhe davam no hebraico, azazel, indicasse Satanás ou algum outro elevado poder demoníaco que recebia o pobre bode e, juntamente com ele, todos os pecados do povo de Israel, embora haja outras ideias acerca desse bode. Cf. Lv 17.7; Isaías 34.14. No livro de Enoque, Azazel é um chefe de espíritos malignos (8.1; 10.4), mas isso pode ser um desenvolvimento posterior.”

Fica fácil perceber a ideia do apócrifo livro de Enoque como o resultado de uma tradição do século II a.C. – durante o período intertestamentário – onde surgem várias interpretações distintas acerca da Lei. É nesse período que surgiram grande parte das seitas judaicas que estavam presentes no tempo de Cristo.

Algum tempo depois, influenciado pela tradição rabínica, Orígenes, século III d.C., escreve em seu Livro Sexto, Contra Celso, 43, defendendo a ideia de que Azazel seria uma representação de Satanás: “E o bode expiatório do Levítico, que a escritura hebraica chama de Azazel, é também ele: era preciso que aquele sobre o qual caísse a sorte fosse expulso e oferecido como sacrifício expiatório no deserto; de fato, todos os que por sua malícia fazem parte do mau quinhão, inimigos daqueles que constituem a herança de Deus, desertaram de Deus.

OBJEÇÃO 1: Da mesma forma, que na teoria anterior, é também inadmissível a ideia de Deus envolver a figura maligna nesse Dia, uma vez que não há absolutamente nenhuma representação de demônios, anjos caídos ou Satanás nas Festas do Senhor, nem no Tabernáculo e seus objetos. Por que aqui, e somente aqui, Satanás seria lembrado se o importante é justamente o Perdão que vem unicamente do SENHOR?

OBJEÇÃO 2: O Perdão está no Sangue e somente no Sangue de Jesus Cristo. Seja na Sombra (Antigo Testamento), por meio dos animais que tipificavam a vida e obra do Messias; bem como na Realidade (Novo Testamento) quando o próprio Verbo se fez carne e habitou entre nós, cumprindo todas as exigências da Lei afim de resgatar os que estavam sob a Lei. A Obra é de Cristo, completamente dEle, e só Ele é digno de Glória tanto pelo perdão como pela remoção dos nossos pecados! (ver Hebreus 10.3-14)

TEORIA 3. – O nome do Local onde o bode seria enviado

Essa tradição vem do “costume em vigor na época do Segundo Templo, época em que o bode era expulso para o deserto e, lá, jogado em um abismo” (CHOURAQUI, 1996, p. 181). Ainda “de acordo com a tradição do Segundo Templo, o bode emissário era levado para o deserto, a mais ou menos três milhas de leroushalaîms [Jerusalém], e jogado do alto de um rochedo elevado.” (1996, p. 187)

“Na época do segundo templo (515 a.C. – 70 d.C.), o bode era dramaticamente precipitado de um penhasco para garantir que não retornasse à cidade.” (DOBSON, 2019, p. 158).

OBJEÇÃO 1: O problema desse tipo de tradição é que não há nenhum mandamento nas Escrituras Sagradas ordenando que o bode emissário precisava ser morto ou jogado em algum precipício. Nem mesmo uma mínima preocupação se o bode retornaria ou não. Bastava ser retirado do arraial para completar sua participação na cerimônia. Observe que o Sumo Sacerdote não esperava uma informação sobre a morte desse animal, o essencial era apenas enviá-lo ao deserto para prosseguir com o culto (Lv 16.22-24).

Os sacerdotes passaram a fazer um procedimento diferente do início. Mas porque fizeram isso? Passaram a interpretar que Azazel seria uma referência a um lugar onde o bode deveria ser lançado para a morte; seria então uma “terra escarpada, cortada por falésias” (CHOURAQUI, 1996, p. 187)

Usando Levítico 16:22 que fala que o bode seria levado a uma “terra solitária”, há quem afirme que Azazel seria o nome do local onde o bode seria jogado. (CHOURAQUI, 1996, p. 188).

“Kimhi David (século III) […] vê em ‘Azazél o nome da montanha para a qual o bode era levado para ser jogado em um precipício.” (CHOURAQUI, 1996, p. 181)

OBJEÇÃO 2: Mas isso também não se sustenta. Primeiro porque a expressão “solitária” (hb. guezèra גְּזֵרָה) significa meramente “terra distante, separada das habitações”. Afinal, eles estavam naquele momento no deserto do Sinai.

Em primeiro lugar, porque quando o Templo estivesse em Jerusalém, esse homem não sairia andando a pé até o Deserto do Sinai para levá-lo a um local específico. A mesma explicação se aplica quando o Tabernáculo estava no Deserto do Sinai, o homem encarregado de levar o bode não entraria na terra de Canaã, em um local próximo a Jerusalém para lançar o bode ali e depois retornaria para o acampamento no deserto.

Uma vez que, durante a peregrinação no deserto, o Santuário estava no meio do acampamento; por estar carregando os pecados do povo, o animal deveria ser levado para longe (Lv 16.22), no deserto.

Quando o Tabernáculo entrou no território de Israel em Siló, por exemplo e, posteriormente o Templo em Jerusalém, o animal deveria simplesmente ser enviado para fora da cidade.

Como a palavra “deserto” (מדבר midbar) tem o sentido de “conduzir”, podendo significar deserto, pasto, terra inabitada, grandes regiões desérticas (ao redor de cidades), e até boca (como órgão da fala). Ao ser conduzido para fora da cidade, a uma região inabitada, o bode era corretamente enviado ao deserto.

TEORIA 4. – O apelido do próprio bode escolhido para ser enviado ao deserto

É importante observar que o próprio significado de “azazel” aponta para o bode enviado. De acordo com o dicionário Strong, azazel (h5799) procede de duas palavras:

עזאזל ʿaza’zel procedente de ʿez e ’azal; que significa: remoção completa, bode emissário; refere-se ao bode usado para o sacrifício pelos pecados do povo; sentido duvidoso.

עז ʿez (h5795) que significa: cabra, cabrita, bode, cabrito.

אזל ’azal (h235) uma raiz primitiva que significa: ir, ir embora, ir de uma parte para outra, andar ao redor, estar consumido, exausto, desaparecido, evaporado; ir de um lado para o outro.

Ou seja, azazel se refere simplesmente a um bode que era enviado.

Por isso, a tradução literal é simplesmente “Bode Emissário” ou “Bode Enviado”.

“Uma tradição exegética, que tem sua fonte na versão dos Setenta [LXX] e na Vulgata, vê em ‘Azazél o apelido do bode que era enviado ao deserto. Segundo esse ensinamento, adotado por Jerônimo, ‘Azazél designaria exatamente o bode expiatório, caper emissarius.” (CHOURAQUI, 1996, p. 181)

O historiador Flávio Josefo, nascido em 37 d.C., era um sacerdote em Jerusalém, portanto, conhecedor das cerimônias que envolviam o ciclo anual das Festas. Em sua obra “História dos Hebreus”, Josefo diz:

“E mais dois bodes, um dos quais é levado vivo para fora do acampamento, para o deserto, a fim de que o castigo merecido pelo povo por causa seus pecados caia sobre a cabeça desse animal. O outro bode é levado a uma arrabalde, isto é, um lugar próximo do acampamento e muito limpo, onde é queimado inteiro, com a pele, e dele nada se reserva”. (JOSEFO, 1990, p. 182).

Assim vemos que, nenhuma referência é feita a Satanás, “demônios” ou “sátiros” e nem há também uma referência específica de local, bastava ser levado para fora do acampamento. Exatamente como está escrito em Levítico 16!

A Carta de Barnabé escrita entre 70–131 d.C., também faz alusão aos dois bodes representando Cristo. Um como figura de sua morte e o outro em sua humilhação sendo amaldiçoado e levando sobre si nossos pecados para longe. Ambos os bodes representam Cristo.

Justino Mártir (Diálogo com Trifão, 40.4,5), séc. II d.C., afirma que ambos os bodes eram representações de Cristo. (JUSTINO, 1995, p. 169,170) e em (Diálogo com Trifão, 111.1) ele recorda já ter explicado o mistério dos dois bodes relacionados a Cristo (JUSTINO, 1995, p. 279).

Jesus Cristo, cumpriu tanto o sacrifício do bode que morreu, como o fato de seu papel na redenção do seu povo ter ocorrido fora do arraial, fora do acampamento, fora da cidade:

“Pois aqueles animais cujo sangue é trazido para dentro do Santo dos Santos, pelo sumo sacerdote, como oblação pelo pecado, têm o corpo queimado fora do acampamento. Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta. Saiamos, pois, a ele, fora do arraial, levando o seu vitupério.” Hebreus 13:11-13

O bode que recebia os pecados e era enviado para o deserto tipificava a função de Cristo em afastar de nós os pecados:

“Assim como está longe o oriente do ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.” (Salmos 103:12)

Embora Jesus Cristo jamais praticou o pecado, pois era O Santo e o Justo de Deus (Atos 3.14) e, por isso não tinha pecado algum (João 8.46; 2Co 5.21; Hb 4.15; Hb 7.26,27; 1Pe 2.22; 1João 3.5), como nosso substituto na cruz do Calvário, assim como o bode expiatório, Ele carregou sobre si os nossos pecados!

“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.” Isaías 53:4
“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” 2 Coríntios 5:21

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se Ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),” Gálatas 3:13

“aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.” Tito 2:13-14

Nossos pecados caíram sobre a cabeça dEle:

“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.” Isaías 53:6

“carregando Ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados.” 1 Pedro 2:24

Embora todas as ofertas apontem para Cristo, observe que Isaías chama a atenção para o fato de Jesus ter sido oferecido como “oferta pelo pecado” e justificador daqueles que o receberam quando “as iniquidades deles levará sobre si” simbolizando a remoção dos pecados:

“Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.” Isaías 53:10-11

INFORMAÇÃO: Pouca gente sabe, mas a expressão “bode expiatório” é uma referência a esse bode que era enviado para o deserto, pois ele levava a culpa de outro; daí a expressão popular denomina quem foi pego como “bode expiatório”.

“Hoje em dia, o “bode expiatório” é o indivíduo que leva a culpar por algo que não fez ou que está disposto a assumir a culpa a fim de poupar outra pessoa” (WIERSBE, 2006, p. 364)

E não foi exatamente isso que Jesus Cristo fez por nós?

Tendo isso em mente, vamos voltar e ler o texto bíblico atentos aos detalhes que estão em destaque:

Levítico 16:5-105 Da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes, para a oferta pelo pecado, e um carneiro, para holocausto. 6 Arão trará o novilho da sua oferta pelo pecado e fará expiação por si e pela sua casa. 7 Também tomará ambos os bodes e os porá perante o SENHOR, à porta da tenda da congregação. 8 Lançará sortes sobre os dois bodes: uma, para o SENHOR, e a outra, para o bode emissário. 9 Arão fará chegar o bode sobre o qual cair a sorte para o SENHOR e o oferecerá por oferta pelo pecado. 10 Mas o bode sobre que cair a sorte para bode emissário será apresentado vivo perante o SENHOR, para fazer expiação por meio dele e enviá-lo ao deserto como bode emissário (עזאזל ʿaza’zel).

A expressão “Lançará sortes sobre os dois bodes: uma, para o SENHOR, e a outra, para o bode emissário” (Lv 16:8) indica que um dos bodes seria oferecido em sacrifício enquanto o outro bode seria levado como bode enviado.

Levítico 16:15-22 – 15 — Depois, matará o bode da oferta pelo pecado, que será para o povo. Trará o sangue do bode para dentro do véu e fará com esse sangue como fez com o sangue do novilho; ele o aspergirá no propiciatório e também diante dele. 16 Assim, fará expiação pelo santuário por causa das impurezas dos filhos de Israel e por causa das suas transgressões e de todos os seus pecados. Fará o mesmo pela tenda do encontro, que está com eles no meio das suas impurezas. 17 Ninguém poderá estar na tenda do encontro quando Arão entrar para fazer propiciação no santuário, até que ele saia depois de feita a expiação por si mesmo, pela sua casa e por toda a congregação de Israel. 18 Então sairá para junto do altar, que está diante do SENHOR, e fará expiação pelo altar. Pegará um pouco do sangue do novilho e do sangue do bode e o porá sobre os chifres do altar, ao redor. 19 Do sangue aspergirá, com o dedo, sete vezes sobre o altar, o purificará e o santificará das impurezas dos filhos de Israel.
20 — Depois de fazer expiação pelo santuário, pela tenda do encontro e pelo altar, Arão fará chegar o bode vivo. 21 Porá as duas mãos sobre a cabeça do bode vivo e sobre ele confessará todas as iniquidades dos filhos de Israel, todas as suas transgressões e todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode. Depois, enviará o bode ao deserto, pela mão de um homem à disposição para isso. 22 Assim, aquele bode levará sobre si todas as iniquidades deles para terra solitária; e o homem soltará o bode no deserto.

O bode vivo recebe a imposição das mãos e recebe assim todos os pecados do povo tornando-se assim a ferramenta responsável por levar os pecados para longe do povo, agora perdoado.

Os dois bodes representavam exatamente a mesma ideia das duas aves – provavelmente pombinhos ou rolinhas – em Levítico 14.4-7 e Levítico 14.49-53 – onde uma delas era sacrificada enquanto a outra, após passar pelo processo cerimonial, era solta em um campo aberto. Da mesma forma que ambos os bodes, nenhuma dessas aves tinha um aspecto relacionado ao mal.

Conclusão: JESUS CRISTO, e somente ELE é representado no processo de PERDÃO e REMOÇÃO dos nossos pecados!

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Bibliografia

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Versículo por versículo. Nova Edição Revisada. ed. São Paulo: Hagnos, v. 1: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, 2018.

CHOURAQUI, A. A Bíblia – Ele Clama. (Levítico). Tradução de Wanda C. Brant e André Cardoso. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1996.

DOBSON, K. Ensinamentos da Torá: conciliando a história judaica com a fé cristã / com notas de Kent Dobson. Tradução de Maurício Bezerra Santos Silva. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2019.

JOSEFO, F. História dos Hebreus. Tradução de Vicente Pedroso. Rio de Janeiro: CPAD, 1990.

JUSTINO. Justino de Roma: I e II Apologias / Apologias / Diálogo com Trifão. São Paulo: Paulus, 1995. – Coleção Patrística.

ORÍGENES. Contra Celso (Locais do Kindle 7101-7103). PAULUS Editora. Edição do Kindle.

Pais Apostólicos. Clemente Romano | Inácio de Antioquia | Policarpo de Esmirna | O pastor de Hermas | Carta de Barnabé | Pápias | Didaqué (Locais do Kindle 4963). Editora PAULUS. Edição do Kindle.

PROENÇA, E. D. Apócrifos e Pseudo-Epígrafos da Bíblia. Tradução de Carlos J. A. Rodrigues. São Paulo: Fonte Editorial, v. 1, 2005.

WALTON, J. H.; MATTHEWS, V. H.; CHAVALAS, M. W. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 2018.

WIERSBE, W. W. Comentário Bíblico Expositivo: Antigo Testamento: Pentateuco / Warren W. Wiersbe. Tradução de Suzana E. Klassen. 1ª. ed. Santo André, SP: Geográfica Editora, v. I, 2006.

Escrito por
Pr. Felipe Morais
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