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Mateus 28:19 – Batizando-os em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo

Mateus 28:19 – Batizando-os em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Como a Igreja Primitiva citava esse verso?

Cuidado com os falsos mestres!

O problema hoje em dia é que recebemos uma grande quantidade de desinformação.

Isso complica ainda mais as questões relacionadas à Escritura.

Alguns, querendo forçar a barra, equivocadamente dizem que “esse texto não está na Peshitta”, o que não é verdade. Além disso, ignoram que a Peshitta é muito mais recente que os textos gregos e inclusive usa termos gregos.

Na Peshitta[1], por exemplo, está assim: “Portanto, ide, fazei discípulos em todas as nações, e batizai-os em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.” Mateus 28.19 (inclusive essa é a tradução em todas as versões, grego, hebraico, aramaico, latim, etc.).

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo

 Quanto ao batismo, os textos de Atos não estão tratando a “fórmula”, e sim “quem” os enviou. Afinal, tudo fazemos “em Nome de” Jesus Cristo: expulsar demônios, curar enfermos, etc.

É como se o próprio Cristo estiver ali representado (e está) naqueles que foram enviados por Ele afim de fazer novos discípulos. Já o próprio Jesus Cristo, ao falar do batismo, trouxe a “fórmula” do batismo “batizai-os em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”. Esse texto não pode ser negado em hipótese alguma, uma vez que se encontra em todos os manuscritos.

Como a Igreja Primitiva citava Mateus 28:19?

As suposições de que essa expressão teria sido um acréscimo posterior (séc. II) cai por terra quando lemos exatamente a mesma expressão na Didaqué (Séc. I) que diz “A respeito do batismo, faça-o do seguinte modo. Depois de instrui-los com todos esses ensinamentos, batize-os em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. (Didaqué 7.1)[2]

Quem tem tentado remover esses trechos e outros que falam da divindade de Cristo, do Jejum, e dos milagres é uma linha teológica chamada “teologia liberal” que surgiu durante o período do iluminismo. Portanto, tenha cuidado com qualquer comentário que seja fruto do liberalismo teológico.

Comentário não é Bíblia!

No caso de Mateus 28.19 os comentaristas da Bíblia de Jerusalém (2002, p. 1758) não apresentam uma fonte sequer de suas afirmações. Dizem apenas: “é possível que, em sua forma precisa, essa fórmula reflita influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade primitiva.” (Sério? “É possível que”? Baseado em quê? Nada!) Eles não apresentam nenhuma prova de uma afirmação tão perigosa que coloca em xeque toda a autenticidade desse e outros textos.

Infelizmente muitos têm caído nessa conversa liberal que colocam vários textos em [colchetes] como se fossem suspeitos, para depois removê-los completamente. Isso é uma estratégia do inimigo. Tenho pesquisado profundamente e verificado tais textos na patrística, e tenho confirmado que eles já eram citados como Escritura bem antes dos 2 manuscritos do século IV (que faltam partes) que os liberais usam como referência. Na verdade, não se tratam de textos que foram acrescentados posteriormente e sim, foram removidos (proposital ou acidentalmente).

Por que não indico?

Quanto aos comentários da Bíblia de Jerusalém, não indico a ninguém, pois fazem parte da teologia liberal que adota as teorias mais mutiladoras da crítica textual chegando a negar a autoria de Moisés nos livros da Lei (negando o que Cristo disse claramente) e os atribuindo a vários grupos de interesses distintos (tradição sacerdotal, tradição javista, tradição eloísta, tradição deuteronômica, etc.), você já deve ter percebido isso. Inclusive esse tipo de comentário acaba sugerindo que determinadas partes se tratem de uma “fraude piedosa” para a manutenção da unidade da nação. Isso é um absurdo contra a inspiração divina.

Um detalhe interessante é que, ao contrário do que muita gente pensa, essa “Bíblia” não é católica e sim uma tradução ecumênica.

Outro detalhe: Os tradutores do texto bíblico não são os mesmos que fizeram os comentários.

Portanto, indico apenas a leitura do texto bíblico desse material, mas os comentários jamais indicaria para alguém.

Outras citações de Mateus 28:19

Além da Didaqué e a Peshitta, temos várias outras citações sobre Mateus 28:19 pelos escritos da Igreja Antiga.

Justino, o Mártir (I Apologia 61), séc. II, cita como praticavam o Batismo no início da Igreja: “os conduzimos a um lugar onde haja água e pelo mesmo banho de regeneração, com que também nós fomos regenerados, eles são regenerados, pois então tomam na água o banho em nome de Deus, Pai soberano do universo, e de nosso Salvador Jesus Cristo e do Espírito Santo.” (JUSTINO, 1995, p. 76)



Tertuliano também fala sobre o Batismo nas águas: “Foi estabelecida a lei de batizar e prescrita a fórmula: ‘Ide, ensinai os povos batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo‘” (Tertuliano, ano 210, Do Batismo 13).

Esse texto também é confirmado por IRINEU[3] de Lião (130-200 d.C.), em seu livro “Doutrina Cristã”:

E ao dar a seus discípulos o poder de fazer renascer os homens em Deus, lhes dizia: “Ide ensinai todos os povos e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (IRINEU, 1995, p. 325)

Ambrósio (339- 397 d.C.)[4], diz:

O Senhor Jesus diz a mesma coisa aos apóstolos no seu Evangelho: “Ide, batizai os povos em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19) Essa é a palavra do Salvador.


Espero ter ajudado.

Que o nosso Deus te abençoe grandemente e ilumine seu coração a cada dia mais no temor do Senhor!


NOTAS DE RODAPÉ

[1]  (PESHITTA, 2019, p. 1214)

[2] (DIDAQUÉ, 2021, p. 27)

[3] Irineu de Lião: Contra as Heresias (1995, p. 325), III Livro, Doutrina Cristã, 17,1.

[4] Ambrósio, de Milão (339-397 d.C.), II Livro, 4.10. – grifo nosso


Referências Bibliográficas

A BÍBLIA. Bíblia de JERUSALÉM. 1ª. ed. São Paulo: Paulus, 2002.

DIDAQUÉ. DIDAQUÉ – A Instrução dos Doze Apóstolos. 1. ed. Londrina, PR: Livrarias Família Cristã, 2021. – Edição Bilíngue: português/grego.

IRINEU. Irineu de Lião: Contra as Heresias. São Paulo: Paulus, 1995. – Coleção Patrística.

JUSTINO. Justino de Roma: I e II Apologias / Apologias / Diálogo com Trifão. São Paulo: Paulus, 1995. – Coleção Patrística

PESHITTA. Bíblia Peshitta. 1ª. ed. Niterói/RJ: bvbooks, 2019.

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A Bíblia explicada Capítulo a Capítulo
Escrito por
Pr. Felipe Morais
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3 comentários
  • Um pequeno, mas tão importante estudo para estirpar da igreja de Jesus as falácias progressistas oriundas do coração de satanás. Glórias a Cristo Jesus e sua palavra.

    • Onde está escrito na Bíblia que o nome do Pai é Jesus? O que está escrito é que esse é o nome do Filho: “Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.” (1João 3:23). Então, essa ideia de que Jesus é o nome do Pai, não tem nenhum texto bíblico que diz isso. Trata-se apenas de uma repetição humana, mas sem base bíblica. Não entenda esse comentário como uma ofensa ou debate com maldade viu irmão. Na verdade, apesar de sermos diretos, estamos respondendo com amor fraternal. Deus te abençoe.