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Quem foi Acabe, rei de Israel?

Quem foi Acabe? A História de Acabe, rei de Israel

Significado do nome

Acabe significa “irmão do pai”[1].

Quem foi Acabe?

Acabe foi o 7º rei de Israel após a divisão do reino e reinou durante 22 anos entre (915 a.C. a 894 a.C.)[2]. Começou a reinar sobre Israel no ano trigésimo oitavo de Asa, rei de Judá (1Rs 16:29). Era filho do rei Onri e, começou a reinar enquanto seu pai, ainda estava vivo numa corregência que durou 5 anos!

Esse período da corregência fica muito fácil de identificar ao visualizar esse período no Mapa Cronológico da Bíblia disponível em (www.cronologiadabiblia.com.br).

A importância de Acabe

Acabe foi o rei de Israel que teve sua história mais detalhada nas Escrituras após a divisão do reino. Sua história se inicia no capítulo 16 e se estende até o final do primeiro livro dos Reis, sendo também citada no capítulo 18 do segundo livro das Crônicas, devido ao seu relacionamento de parentesco com Josafá, rei de Judá. O grande número desses registros, sem dúvida, foi pelo fato de ele ter reinado justamente no período em que Elias, o tesbita, profetizava contra a idolatria em Israel.

A má influência de Acabe

Certamente, Acabe e seu pai, Onri, foram muito poderosos, a ponto de serem citados na profecia de Miqueias, como grandes influenciadores da idolatria que se alastrou até mesmo no reino de Judá: “Vocês observaram os estatutos de Acabe e todas as obras da casa de Acabe e andaram nos conselhos deles. Por isso, farei de Jerusalém um lugar desolado, e dos seus moradores um objeto de vaias. E vocês terão de suportar a zombaria dos povos.” (Mq 6:16)

A idolatria de Acabe

Muito provavelmente, Acabe foi o mais poderoso e influente rei de Israel. Infelizmente, sua influência se inclinava à idolatria, o que foi o grande pilar de seu conflito com o profeta Elias, servo do Senhor. Além dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, Acabe edificou um templo e fez um altar a Baal na cidade de Samaria, também fez um poste da deusa Aserá. E assim, conseguiu ser pior que todos os reis que vieram antes dele (1Rs 16:30-33).

Jezabel: Uma perversa rainha em Israel

Já no início do relato bíblico sobre sua vida ficamos sabendo que ele começou muito mal, se casando com Jezabel[3], filha de Etbaal[4], rei de Sidom (1Rs 16:31). Jezabel e sua idolatria se tornou uma pedra de tropeço, exatamente como ocorreu com Salomão (1 Reis 11:1-8; cf. Ne 13:26). Durante seu reinado, Acabe permitiu que Jezabel perseguisse e exterminasse os profetas do Senhor (1Rs 18:4) além de permitir que fossem sustentados por ela os 450 profetas de Baal e os 400 profetas de Aserá (1Rs 18:19).

O retorno da adoração a Baal em Israel

Embora a adoração a Baal já tenha ocorrido no período dos juízes (cf. Jz 2:11,13). No período dos reis, é a primeira vez que Baal é citado como um dos “deuses” adorados em Israel (1Rs 16:31). A idolatria a Baal permaneceu em Israel durante muitos anos, sendo erradicada pelo rei Jeú (cf. 2Rs 10:25-28). Entretanto, pela influência da família de Acabe, o reino de Judá foi contaminado e, apesar do zelo de Joiada (cf. 2Rs 11:18), ainda no tempo de Josias foi necessário purificar o Templo do Senhor de toda a idolatria que seus antecessores acumularam dentro e em torno da Casa do Senhor (cf. 2 Reis 23:4-14).

O ressurgimento de Jericó

Foi durante o reinado de Acabe que Hiel, o betelita[5], reconstruiu a cidade Jericó (1Rs 16:34). Porém, quando Josué salvou Raabe e sua família, ao destruir totalmente a antiga cidade de Jericó, no início da conquista da terra de Canaã, ele ministrou uma maldição, da parte do Senhor, e fez o povo jurar e dizer: “Maldito diante do SENHOR seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó; com a perda do seu primogênito lançará os seus alicerces e, à custa do filho mais novo, lhe colocará os portões” (Josué 6:26).

Por isso, assim que Hiel, lançou os alicerces da cidade, morreu Abirão, seu filho primogênito; e, quando colocou os portões, morreu Segube, seu filho mais novo, exatamente como Josué, filho de Num, havia anunciado pela palavra do SENHOR (1 Reis 16:34).

Quem foi Elias, o profeta?

Elias significa “meu Deus é Javé” ou “Yah(u) é Deus” [6]. Ele foi um profeta que morava em Gileade, uma região em Israel durante o reinado de Acabe. Sendo assim, sua história está atrelada ao período desse rei, que abrange desde o capítulo 17 até o capítulo 22 do primeiro livro dos Reis; porém, Elias prossegue até o capítulo 2 do segundo livro dos Reis, quando é levado ao céu.

Várias vezes ele é chamado de Elias, o tesbita [7] (1Rs 17.1; 21.17,28; 2Rs 1.3,8; 9.36). De acordo com Strong (2002), tesbita trata-se de um patronímico procedente de um nome não utilizado, significando recurso; tesbita = “cativeiro”.

Elias x Acabe

O primeiro confronto entre o rei e o profeta ocorre quando Elias prediz a seca nos próximos anos (1Rs 17:1). Mais tarde, ficamos sabendo que essa seca durou três anos e meio quando esse evento foi citado Jesus (Lc 4:25) e Tiago (Tg 5:17,18).

Três anos depois dessa profecia, o Senhor disse para Elias procurar o rei para avisar que choveria sobre a terra de Israel (1Rs 18:1). Ee foi até Samaria, que, naquele período, sofria de fome extrema nessa região (1Rs 18:2).

Obadias e os cem profetas

Obadias, o responsável pelo palácio do rei, era um homem que temia muito ao Senhor. Ele havia escondido 100 profetas e, em grupos de cinquenta, os escondeu em cavernas, e os sustentou com pão e água quando Jezabel exterminava os profetas do Senhor (1Rs 18:4).

Ao se preocupar com os seus animais, o rei Acabe foi sozinho por um lado e, por outro, enviou Obadias para procurar capim em todas as fontes de água e vales, a fim de proteger a vida dos cavalos e mulas da seca (1Rs 18:5,6).

Nessa busca, Elias se encontrou com Obadias e disse para avisar ao rei Acabe que ele estava por ali. Mas Obadias teve muito medo de morrer caso avisasse o rei, mas Deus levasse Elias para algum lugar (1Rs 18:7-14). Isso demonstra que o evento que ocorreu com Elias num redemoinho já era esperado pelas pessoas de Israel há muito tempo (cf. 2Rs 2:3,5)!

Elias deu garantias que iria se encontrar com Acabe, então Obadias foi avisar o rei. Ao se encontrar com o profeta, o rei Acabe o acusa de ser o “perturbador de Israel”, mas é repreendido por Elias. O profeta revela que os pecados da casa de Onri e de Acabe, seu filho, eram a causa da perturbação e da seca que devastava Samaria (1Rs 18:15-18).

Elias contra os profetas de Baal e Aserá

Muitas pessoas não percebem, mas Elias não confrontou apenas os 450 profetas de Baal. Ali estavam também os 400 profetas de Aserá, totalizando 850 falsos profetas, que eram sustentados por Jezabel, com os impostos pagos pelos israelitas (1Rs 18:19).

Elias, então, ordena ao rei Acabe convocar todos os habitantes de Israel e também levar todos os falsos profetas, para um desafio no Monte Carmelo, onde ocorreu o tão famoso evento em que, Elias orou e desde o céu, caiu fogo do Senhor e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras e a terra justamente com a água que estava ao redor do altar. Depois disso, Elias mandou os falsos profetas descerem até o ribeiro de Quisom, onde foram mortos (1Rs 18:20-40).

Elias orou para que chovesse

Após ter matado os 850 falsos profetas, Elias disse que viria grande chuva e ordena que Acabe fosse embora e ele foi comer e beber. Mas, Elias subiu para o alto do monte Carmelo, se ajoelhou para orar, com o rosto entre os joelhos, e pediu seu servo para verificar se via alguma nuvem. Mas o rapaz não viu nada, até que se repetiu por 7 vezes e na sétima ele viu uma pequena nuvem do tamanho da palma da mão de um homem. Em pouco tempo o céu escureceu devido às nuvens e o vento e caiu uma forte chuva. Enquanto o rei Acabe estava indo montado num carro, Elias cingiu os lombos e correu na frente de Acabe até a entrada de Jezreel porque a mão do Senhor veio sobre ele! (1Rs 18:41-46).

Quando Acabe chegou e contou à sua esposa tudo o que Elias havia feito aos seus falsos profetas. Jezabel ameaçou matar o profeta que fugiu para o deserto e foi até o Horebe. Depois disso, voltou para o deserto de Damasco (1Rs 19:1-18).

A primeira guerra contra o rei da Síria

Depois disso, Deus foi misericordioso com Acabe. Pois, Ben-Hadade, o rei da Síria, reuniu seu exército com mais 32 reis com seus cavalos e carros de guerra e cercou Samaria, que ficava nas regiões montanhosas de Efraim e Manassés. Então o Senhor enviou um profeta e disse que iria entregar essa multidão nas mãos de Acabe, e assim ele reconheceria que Ele é o Senhor. Entretanto, o Senhor alertou que os sírios voltariam a atacar no próximo ano. Dessa vez, Acabe derrotou Ben-Hadade (1Rs 20.1-22).

A segunda guerra contra o rei da Síria

Um ano depois, Ben-Hadade subiu novamente para lutar contra Israel em Afeca ao invés de Samaria. Dessa vez, eles mudaram a estratégia, pois pensaram que o Deus de Israel era forte apenas nos montes e que não poderia proteger eles nos vales e planícies. Então, o Senhor destruiu o exército da Síria e Ben-Hadade se entregou e fez uma aliança com o rei Acabe (1Rs 20:23-34). Deus envia um profeta para repreender Acabe por ter feito aliança com Ben-Hadade (1Rs 20:35-43).

Acabe e a Vinha de Nabote

Nabote era um morador de Jezreel e sua vinha ficava ao lado de um palácio que o rei Acabe tinha naquela região. O rei então tentou comprar a vinha para fazer uma horta. Mas Nabote não quis vender porque era uma herança de família. Jezabel percebeu que o rei ficou indignado e armou uma cilada para matar Nabote. Assim, ela reuniu os anciãos e contratou dois homens malignos para servirem de falsas testemunhas, acusando Nabote de ter blasfemado contra Deus. Então, Nabote foi apedrejado até a morte (1 Reis 21:1-16).

Quando Acabe se levantou para tomar posse da vinha de Nabote, o Senhor enviou novamente o profeta Elias para repreender o rei Acabe por sua maldade e por dar ouvidos à sua esposa perversa. Elias entregou uma dura profecia, dizendo que o Senhor faria com a casa de Acabe o mesmo que havia feito com a casa de Jeroboão, filho de Nebate, e com a casa de Baasa, filho de Aías. Então, o rei rasgou as suas roupas, se cobriu com pano de saco e jejuou. Ele dormia vestido com pano de saco e andava cabisbaixo. E o Senhor levou isso em consideração (1 Reis 21:17-29).

A terceira guerra contra o rei da Síria e a aliança com Josafá

Três anos se passaram sem guerra entre Israel e a Síria. Foi quando Josafá, o rei de Judá, decidiu ir à Samaria visitar seu sogro, Acabe, rei de Israel. Josafá era muito rico e poderoso, e havia se casado com a filha de Acabe. Assim, foi inevitável uma aliança entre Acabe e Josafá que, certamente, trouxe sérios problemas para o reino de Judá (2Cr 18:1).

Acabe questionou aos seus servos que a região de Ramote-Gileade estava sob o domínio dos sírios, mas pertencia a Israel. Por isso, perguntou se Josafá entraria com ele nessa batalha. Josafá prontamente se dispôs, mas pediu que Acabe consultasse primeiro a palavra do Senhor (1Rs 22.1-5; 2Cr 18:1-4).

O rei Acabe reuniu cerca de 400 profetas que mentiram dizendo que iria dar tudo certo, pois Deus entregaria Ramote-Gileade nas mãos do rei. Josafá, sabendo que não eram profetas do Senhor, disse para procurar um profeta de Deus. Mesmo com grande aversão, Acabe mandou chamar Micaías, filho de Inlá, que trouxe uma mensagem de derrota e morte para Acabe e, por isso, foi preso mantido a pão e água (1Rs 22:6-28; 2Cr 18:5-27).

A morte de Acabe

Ambos os reis partiram para atacar Ramote-Gileade. Mas o rei Acabe foi disfarçado para o combate, enquanto Josafá usava os trajes reais. Os sírios tinham o propósito exclusivo de matar o rei de Israel e confundidos pelo disfarce, perseguiram o rei Josafá, mas ele gritou e pediu socorro a Deus que o livrou e eles o deixaram (1Rs 22:29-33; 2Cr 18:28-32).

No meio da multidão, um homem entesou o arco e, atirando ao acaso, atingiu o rei de Israel por entre as juntas da sua armadura. A batalha se intensificou, então Acabe pede para ser socorrido e ficou sangrando em pé, de longe, de frente para os sírios, até que veio a morrer (1Rs 22:34-36; 2Cr 18:33-34). Depois disso, foi sepultado na cidade de Samaria, que seu pai havia construído. Seu filho, chamado Acazias, assumiu o reino (1 Reis 22:37,38,40).

Outros detalhes sobre o reinado de Acabe

Por fim, os demais atos de Acabe, ao que realizou e ao palácio de marfim que construiu e a todas as cidades que edificou, ficaram registrados no antigo livro da História dos Reis de Israel (1 Reis 22:39).

Bibliografia

BÍBLIA SAGRADA. Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. 3ª ed. (Nova Almeida Atualizada). ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

BÍBLIA, A. Bíblia nova versão internacional revista e corrigida / [Organizador] Sociedade Bíblica Internacional. Santo André: Geográfica, 2018.

DAVIS, J. D. Novo Dicionário da Bíblia. Ampliado e Atualizado. ed. São Paulo, SP: Hagnos, 2005.

MORAIS, Felipe. Cronologia da Bíblia – A Bíblia em Ordem Cronológica. Curso Bíblico Online, 2023. Disponível em: <www.cronologiadabiblia.com.br>.

STRONG, J. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2002.


Notas de Rodapé

[1] Acabe — do hebraico  אחאב’Ach’ab, significa “irmão do pai” — cf. STRONG h6018

[2] (Cronologia da Bíblia — A Bíblia em Ordem Cronológica, 2023)

[3] Jezabel — do hebraico  איזבל’Iyzebel, significa “Baal exalta” ou “Baal é marido de” ou “impuro” — cf. STRONG h0348.

[4] Etbaal — do hebraico  אאתבעל ’Ethba ̀al, significa “com Baal” (cf. STRONG h0856) também “homem de Baal” (DAVIS, 2005, p. 438).

[5] Betelita — um habitante da cidade de Betel (cf. STRONG h1017).

[6] Elias — do hebraico  זִע אליה’Eliyah, significa “meu Deus é Javé” ou “Yah(u) é Deus” — cf. STRONG h0452

[7] De acordo com (SWETE, 1909), a LXX (Septuaginta) cita “Tisbe” no texto de Tobias 1.2, como sendo uma das cidades localizadas na tribo de Naftali, do lado direito, na Galiléia, acima de Aser. Isso quer dizer que, a tribo de Naftali deve abranger um território ainda mais ao norte nos mapas bíblicos. Alguns sugerem que o termo tesbita tenha alguma relação com Tisbe. Mas, a Bíblia diz: “Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade” (1 Reis 17:1), mas Gileade fica do lado oposto de Naftali.

Deus te abençoe!

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Escrito por
Pr. Felipe Morais
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